quarta-feira, 22 de agosto de 2012

VAGAROSIDADE


Hoje estou devagar.

A vagarosidade que antecede a sexta-feira, embora ainda seja quarta. O cansaço toma conta da mente, do corpo. A dor nos ombros lateja como se o mundo estivesse sobre eles.

"Ele não é mais como era antes. O peso das coisas miúdas se faz sentir com mais intensidade neste instante estrambólico da sua finita vida e grandiosa pequenez", raciocina o pequeno homem que jaz sobre sua mesa, olhando inexpressivamente para a criatura sentada a sua frente.

Restam algumas tarefas importantes para serem vencidas hoje e amanhã. E, então, finalmente, chegará a sexta e o fim de semana. Será suficiente para acabar com o ocioso cansaço que me tomou desde as últimas férias?
Olho para a pequena estátua a minha frente, sempre com sua face sem expressão.

"O que te cansa não é o ócio, não é o trabalho, não é o mundo que pesa. O que te cansa é a expectativa frustrada de viver sem emoção", mas o homúnculo nunca diria isso a ele.

Guardaria em tensionante silêncio aquilo que pensava, embora acreditasse que ele já sabia, há muito já sabia o que realmente estava acontecendo.

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