sexta-feira, 14 de setembro de 2012

APENAS UM CANTO


A dor em mim lateja tanto
Que a transformo em poesia
Para não sufocar no pranto.
A poesia é dor que lateja tanto.

E qual navio avariado
Que atraca no porto
Para reparar qualquer dano
A dor de meu peito
Pulsa tão intensa que a decanto
Para não mostrar um sorriso torto.
A dor em mim lateja tanto.

Lateja a poesia em mim tanto
Que já não é
                   Canto
                   Pranto
                   Sorriso
                   Dano.

A poesia é em mim uma chaga
Que mesmo curada dói tanto
Que se não a excomungo
Minha alma consome
e soterra meu sonho no profundo.

A dor em mim lateja tanto.

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