Estou alimentando minha ira
Enquanto marcho para a guerra fria
e como cavalo da morte cavalga a minha frente
Já exorcizei nomes e rostos
Nada me importa
e o submundo continua a minha procura
Enfim abro os braços e me entrego
a chacina da minha humanidade
Estou alimentando meu amor
com toda a raiva que sinto
Ele sangra pela viela
Ele vai escorrer até deixar minhas veias
Eu voltei às armas
e deixei o submundo para cavalgar na terra
arrastando comigo os restos dos expurgos
que realizei enquanto caminhei pela escuridão
Avante – é o grito de guerra da amazona
A guerra é fria, não haverá perdas desnecessárias
apenas as imprescindíveis
para que ninguém mate novamente
um coração que já foi puro
Eu estou alimentando minha ira
Ela galopa no cavalo da morte
Eu abro os braços
amanhã surgirá um novo dia
A chacina da minha humanidade acabou
Um dia ela ainda vai ressuscitar
mais forte, mais bela
quem sabe mais preparada para suportar
a perda de todos os sonhos
E mesmo no submundo
meu riso ensandecido será um guia
Para que eu
[ou muitos]
possam percorrer o labirinto destes dias escuros
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