domingo, 1 de dezembro de 2013

QUID PRO QUO

Não não irei pedir
Não gritarei palavras de súplica
Não dobrarei meus joelhos
Diante de nada nem ninguém
Não pronunciarei nomes
nem gaguejarei sentimentos

Eu decidi
Sou a monção que vem no virar do dia
Sou o sol escaldante que agride a pele
que chamusca a grama
que resseca a areia

Sou a poeira que gruda e não se lava
e vira lama se encharcada
Sou o vírus latente que não tem complacência
Sou a dor enrustida no peito
que se cala para não revelar seu segredo

Não irei dormir durante a noite
Não irei acordar quando o sol raiar
Não irei calar quando houver sons ao redor
Não irei dançar quando a música tocar

Serei apenas o vazio ensurdecedor
e a completude quando nada restar
no ambiente aglomerado de gente

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