Senti falta de tuas mãos
Como sinto falta do teu corpo
embora me seja desconhecido
Singra em mim esta vontade
que não é nem rio nem mar.
Não é navio nem ao menos balsa
Distancia-se a salvação
enquanto observo ondas bater a costa
da minha alma náufraga
Singra a favor e contra mim
esta saudade da palidez
suavidade
ternura
das tuas mãos que embalam
meus sonhos que já partiram
E que partidos estão há muito
Sinto a ausência das perguntas que foram
a ferro e fogo
sufocadas naquele espaço
entre o céu da boca e a garganta
Perguntas que já foram certezas
já foram rios salgados
agora são antecipadamente decepção
Eu sinto falta das tuas mãos que entendi
ternas
suaves
doces
mas que não alcançarão o espaço aberto
do meu mundo em constante transição
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