No pouco tempo que resta
quero criar algo que
peça
não passagem
mas alivio para a
pressa
Escorrem pela janela
gotas de tempo
Na rua o vento
estressante
uiva num lamento
arrepiante
Cambaleia pelas
ruelas
a ansiedade pelo que
não se tem
Na esquina o desejo bêbado
espera condescendência
O perdão mendigo implora
esmola
e a carência olha com
olhos perdidos
o trânsito de passantes
cegos
Neste tempo que resta
quero escrever algo
que lembre
a humanidade perdida
que esqueci no
caminho estranho da vida.
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