Eu quero escrever algo, mas não
sei bem o que. Faltaram-me palavras justamente agora, mesmo sabendo que tanto
pode ser dito.
As tarefas do dia já foram
realizadas, já descansei, já vi aquele filme que eu tanto esperei para ver,
estou escutando música, soul para ser mais exata, e espero tranquilamente o
momento de ir dormir para começar mais uma semana que sei que vai ser agitada.
Mas hoje
não estou ansiosa ou preocupada com isso, o que me causa certa sensação
estranha, mescla de espanto e desconforto, porque, sabe, eu sou assim
totalmente irrequieta, mesmo quando pareço o mais tranquilo dos seres.
Realmente, eu não sei viver placidamente.
E essa
quietude de alma, esse silêncio da mente me vai tomando da cabeça aos pés.
Formigamento. É tão bom, como tomar um chá, aconchegada no cobertor que mais
gosto, com minha gata deitada ao meu lado; ou então como olhar a chuva fria e
fina batendo na janela e descobrir o colorido dela, como naquela tela que vi na
praça outro dia.
Contudo,
eu sei, eu sinto que algo que vibra aqui dentro precisa ser dito, só não sei o
que é e como devo dizer. Pressinto que tem algo a ver com a vida, ou mesmo com
a morte, com o desapego ou o contrário disso.
Então o
que é? O que é que devo dizer e não consigo ou minha boca não comporta? Logo a
minha que, embora pequena, sempre tem algo para proclamar aos quatro ventos.
Não sei,
não encontro um quer que seja para explicar o silêncio de minha alma, do meu
coração errático.
Apenas:
"É final de domingo. Suspira o vento... Desatento".
Talvez
seja isso.
(26/08/2012)
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