No ladrilho
da praça aturdida
dorme um
principe maldito.
Coberto por
um edredon sujo
sonha com
casebres distorcidos
com uma
dupla de pães adormecidos
um frango
perneta além de mal cozido.
E sobre tua
cabeça flutua um estranho balão:
“Ai, vida
maldita, tu me embebedou
e depois me
esqueceu”.
Na praça
onde o relógio parou faz um século
dorme uma
criança perdida
seja pela
vida
seja pela
morte
seja pelos
seres que se esquecem de dar guarida
O relógio
parou há um século, mas a vida não para
E o princípe
maldito
não sei se belo
não sei se
feio
se louco
se lúcido
dorme o que
me parece sonhos dolorosos
O século já
o esqueceu
A vida já o
esqueceu
Tu, principe
mendigo, já esqueceste a ti!
Somente o
ladrilho frio da praça
sente tua
presença e recebe teu corpo
sujo
esquálido
dopado
maltrapilho
sem
reclamar.
Somente a
praça aturdida com o passar das eras
aceita tua
visita
e que durmas
em seu chão sonhos que não vão se realizar.
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