VERTENDO ESTRELAS
E nessa
ciranda louca
vão caindo,
como fogo fatuo,
três ou
quatro estrelas
no estranho
buraco
tão amargo
como absinto.
Pesa a
coléra na abóboda
que trincada
está.
O palhaço
dança seus passos tropêgos
no telhado
frágil.
E a fúria
sorri seu riso maldito:
“Quebrará ou
viverá
o bobo bêbado
das massas
esquecidas,
esquecido na
bebedeira,
das gentes
que dele não necessitam
mesmo sorrindo
sorrisos embrutecidos?”
Quebra
abóbada.
Quebra bobo.
Quebra
platéia.
Somente a ira
perdura,
equilibrando-se
ante
o buraco
enegrecido
das desafortunadas
estrelas,
já mortas
antes de terem nascido,
vertendo suas
enfraquecidas luzes
no abismo mais
quente quanto mais profundo.
*Foto obtida gratuitamente no Google Imagens.
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