não existe exceção ritmo se mistura com suor e dor vai e vem sem cansar cada pé ante o outro vai passando o tempo sem transição tudo está parado enquanto a cabeça redemoinha acima do pescoço estranho gosto não é de sede nem tontura apenas sensação vai caindo ao chão qualquer meio de impedir os saltos que são executados.
vai caindo vai caindo levanta de olhos fechados continua sem olhar para a frente ensaia desfechos inacreditáveis piora a loucura que toma de frenesi o corpo desvairado o cérebro prossegue em calcular métricas inalcançáveis continua continua a sanha rebenta num grito mudo agora é tarde volta para o começo e se perde outra vez.
desejo encerrado na garrafa de vinho que se espatifa contra a parede segue o caminho que a luz frágil deixa transparecer entre a cortina que se levanta nada pode impedir que tudo se perca corre corre para se move para o lado e corre novamente contra a noite que se abate sobre o ambiente.
emite um agudo silêncio inconformado volta para o ponto perdido e inventa um novo sentido para aquilo que não se faz deixa correr nas veias a vontade segue a incerta ideia de que vai agora alcançar a imperfeição que torna tudo maravilhoso.
respira fundo seca a água que escorre pelo rosto sofrido distorce os pés doloridos.
foi o último ensaio.
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