talvez o senhor acabe olhando
esse corpo sujo e mulambento
mas entenda que ainda sou gente”.
Mataram um cachorrinho indefeso
maltratado
torturado
sacrificado...
Tomara que condenem o monstro.
“Ei moço, eu só preciso de uma palavra:
um bom dia,
quem sabe um pedaço de pão.
Mas é so isso seu moço:
dois dedos de prosa
pra saber que ainda sou
um pouco mais que um nada”.
Ninguém ouviu os latidos?
Ninguém viu que a criatura sofria
e que sua dona era uma sádica
enrustida num uniforme branco
de quem cuida de outro alguém?
Pobre bicho.
Alguém tem que meter ela na prisão...
Lutar para fazer justiça pelo morto cão.
“O, moço, fala algo ai...
Posso até ser morador de rua
mas só preciso...”
Que nojo!
Solta minha camisa.
Tua imundície vai sujar
minha roupa
minha vida
poluir meu ar.
Sai de perto, vagabundo.
Eu tenho mais o que fazer:
preciso salvar o mundo.
Não tens o direito
nem permissão
nem humanidade suficiente
para me interromper.
(17/11/2011)
Ontem reencontrei esta poesia e não sei o porquê, mas precisei repostá-la aqui no blog.
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