A dor em mim
lateja tanto
Que a
transformo em poesia
Para não
sufocar no pranto.
A poesia é
dor que lateja tanto.
E qual navio
avariado
Que atraca
no porto
Para reparar
qualquer dano
A dor de meu
peito
Pulsa tão
intensa que a decanto
Para não mostrar
um sorriso torto.
A dor em mim
lateja tanto.
Lateja a
poesia em mim tanto
Que já não é
Canto
Pranto
Sorriso
Dano.
A poesia é
em mim uma chaga
Que mesmo
curada dói tanto
Que se não a
excomungo
Minha alma
consome
e soterra
meu sonho no profundo.
A dor em mim
lateja tanto.
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